quarta-feira, junho 30, 2004

O Sonho

À la "lagos de cristal" (ou como dirão outros, à Aquário)!

Tenho saudades vossas.
Dos tempos da vossa companhia.
Tempos idos que não quero passados,
Tempos de cor e alegria.

Na semana passada sonhei com verde. Estava numa mata que era o jardim de uma casa de paredes cinzentas. As árvores eram tão altas!
Pela mata estavam muitos amigos meus. Vocês e outros. Era giro porque todos estavam felizes. O chão estava coberto por uma erva verde e baixinha que não era relva (ou pelo menos não estava aparada como se fosse um relvado) e as árvores eram tão altas que quase nem se dava pelas folhas que só apareciam como se fossem o tecto de uma catedral. Pouca luz se coava por aqueles vitrais, mas não havia obscuridade. O sítio deveria ser húmido mas só se sentia a frescura daquele verde a toda a volta. Eu ía andando e as pessoas continuavam a conversar umas com as outras. Os grupos conversavam à vista uns dos outros mas muito raramente entre si. Eu estava contente porque sentia que toda a gente estava feliz ali.
Então virei uma das muitas esquinas da casa e vi a minha primeira namorada a sério sentada debaixo de um pequeno alpendre. Fui ter com ela, que parecia, como sempre, serena. Estava tudo muito calmo à volta. Sentei-me ao pé dela e cumprimentei-a "Olá, Cristina!" ela sorriu serenamente e disse-me "Estou contente pela (...)" e não ouvi o fim da frase. Ela continuou "Acho-a muito parecida comigo. É mais nova e talvez mais bonita mas acho-a muito parecida comigo" e eu achei muito natural. Sorri e perguntei-lhe "Estás chateada comigo?" mas já sabia que não estava, também ela eu sentia feliz, e ela "Achas?..." com aquela entoação que poderia ser uma concordância mas que eu sabia que não era. Eu não me tinha enganado mas era estranho porque apesar de não saber de quem ela falava tudo me parecia perfeitamente natural e não fiquei surpreendido com o que ela me disse.
Levantei-me e quando olhei para trás a Cristina sorria para mim. Durante a conversa foi como se estivesse mais alguém ao meu lado que eu não conseguia ver quem era mas que era perfeitamente visível para ela.
A casa era cinzenta mas muito bonita. Agora lembrei-me que parecia um "palacete" que já vi em Sintra, só que era mais alta. Uma mistura entre o "palacete" e um castelo. Na altura não tive curiosidade de entrar mas agora pergunto-me que casa seria aquela.
Virei mais uma esquina e voltei a ver os grupos que continuavam a conversar. Ninguém falava alto, nem depressa. Estava tudo tão calmo, era tudo tão pacífico...

Ainda estou a acabar a parte práctica do estágio e não tenho practicamente nada feito do relatório. O meu orientador não me curte e eu ainda o curto menos. Não sei de quem a Cristina falava no sonho mas foi o sonho mais delicioso dos ultimos longos tempos.
Quem me dera estar com vocês. Gostava de ter "tempo zero" com vocês. Estarmos deitados ao pé da água, rio ou mar, sem pressa, sem culpa.

Ontem fui jantar com uns amigos da minha zona. Fomos aO chinês. É o restaurante onde vamos quase sempre quando alguém faz anos. Depois fomos ao Colombo e fiz um mini-rallye dos gelados com o Ricardo. As gajas foram embora e ficámos só os matxos. Fomos dar um voltinha, para lavar a vista. Foi giro! Quase como com vocês. Foi muito parecido. Já não fazia isto com eles desde o 11º ano.
Hoje vamos ver a bola numa garagem. Um bocado Batanete mas eu nunca disse que não era. Espero que Portugal ganhe, não sei se o país aguenta uma derrota.

Vou para casa agora. Vocês sabem que, apesar de ser O Cardeal desta quadrilha, eu não rezo mas podem ter a certeza que vocês estão sempre nas minhas "preces".
Tenho saudades vossas, cambada! Saudades de cenários como o que Sua Alteza referiu e de tantos outros em que já actuámos como irmãos. Tenho saudades de estar com vocês de férias! Tenho saudades da minha família! (peço desculpa ao Doutor pelas merdas à Aquário mas...eu sou Aquário!)

Longa vida a El Rey!
(e com aquele grito, erguendo bem alto a sua cruz, o cardeal-guerreiro lançou-se sobre a coluna sarracena)

Fiquem com os anjos.
Orarei por vós pois sem vós não sou eu.

Monsenhor de Carvalho, Cardeal do Reino, Consul de Cipango, Conde de Vialonga

terça-feira, junho 29, 2004

Quando a crise aperta, a barriga liberta!!!

Se bem que a minha intenção nem fosse esta... vou libertar...
Sempre fui uma criança muito precoce, ao quase 2 anos comecei a andar e a falar...dei o meu primeiro beijo na boca de um rapazito aos 7, a menstruação apareceu pela primeira vez aos 14, com 15 tive o meu primeiro namorado e ao 25 comecei a trabalhar. Realmente, quanto mais tarde melhor. Não me posso queixar, a vida corre-me bem. Mas nem sempre foi assim.
Era uma vez um dia curioso na FCUL.
Lisboa, 24 de Setembro de 1997
Lembro-me da data porque foi neste dia que tirei a carta de condução. Quarta feira, lá vou eu de autocarro para a faculdade depois do exame e vou à porcura da sala de aula. Um anfiteatro espaçoso e uma aula da qual não ouvi nem metade (penso que de fundamentos I). Olho para toda a gente que lá estava dentro e pareceu-me que estavam tão interessados quanto eu. Conhecia apenas duas pessoas, a Clara Cabrita (que conheci no dia das matrículas às 10h da manhã) e a Catarina Xavier (minha colega no 12º ano). Reparei em poucas pessoas, à parte de algumas pessoas que já tinha encontrado quando fui comprar os papéis para as matrículas, não conheci mais ninguém. E tudo aquilo me pareceu bastante absurdo. O primeiro dia que lá estava e já me tinham informado que não valia a pena fazer análise I e algebra linear. Não valia a pena ir a aulas teóricas e jogar às cartas e ver o dragon ball seriam as duas coisas que mereciam a máxima atenção. O bar do C1 sempre cheio, fumo e cartas... bem... se não os podes vencer... E assim foi. Caguei de alto naquilo tudo e vim para casa. Não me lembro quando é que voltei a ir à faculdade outra vez. Nem sei se devia ter ido. Oh, se assim não fosse não tinha ido convosco almoçar tantas vezes à cantina do Lumiar.
To be continued...

segunda-feira, junho 21, 2004

Gostei!

Tenho de admitir que gostei!
A Selecção Nacional jogou ontem com a Espanha e ganho o jogo por 1-0. 1-0 e não 0-1! Acho que isto foi importante.
Dos cerca de 47500 espectadores presentes no Alvalade XXI (ao qual alguns se referem como "A Casa-de-banho"), a grande maioria ficou contente, sorridente e esfusiante.
Dos cerca de 47500 espectadores presentes no Alvalade XXI (ao qual alguns se referem como "A Casa-de-banho"), a quase totalidade (há sempre adeptos para os quais o que mais interessa é o resultado) admite que viu um bom jogo de "bola".
O menos bom (diria "o pior" mas estou contagiado pelo optimismo geral) foi a festa que se seguiu depois. Chamem-me o que quiserem, derrotista dirão uns, pouco patriota dirão outros, pessimista ainda outros, parvo para muitos, mas achei um exagero as celebrações que se seguiram. Epá, ganhámos à Espanha! É muito bom! Mas se por isso se invade o Marquês de Pombal, a Avenida dos Aliados (triunfódromo do FCP) e há festa no Parque das Nações... Se (não digo "quando") fossemos (e não "formos") campeões como seria (em vez de "será")? Decreta-se uma semana de Feriado Nacional, os jogadores e o Scolari são feitos comendadores (como os Xutos!), faz-se uma ponte sobre-o-Tejo (Cascais-Montijo) e baptiza-se-a de Ponte Luís Figo, inaugura-se a retoma económica e dá-se automaticamente cidadania portuguesa a todos os brasileiros residentes neste planeta!?
Achei exagerado e alienante o relevo que tudo isto teve (esta foi mesmo à intelectualóide da merda). Que fique claro que eu fiquei contente. Caramba, como fiquei contente! Portugal ganhou à Espanha num bom jogo em que me pareceu que fomos a melhor equipa. Mas não gostei da forma como a coisa foi sentida pelo povo. Não gostei da forma como o governo tentou colar-se ao sucesso da selecção.
Além de que tudo isto me lembra Roma (vocês ainda não eram nascidos). Quando o povo estava descontente organizavam-se Jogos. Metiam-se uns quantos prisioneiros numa arena e soltavam-se as feras. O público era levado ao delírio num frenesim de sangue e álcool, esquecendo, por momentos e por uns dias, o seu descontentamento. O povo é sereno!
Resta-me a satisfação de apenas raramente ser assim tão merdosamente intelectualóide. Por isso, hoje, também eu estou contente com os Jogos. Por isso e porque ontem as feras foram portuguesas e os prisioneiros não eramos nós!
Viva la España!

quinta-feira, junho 17, 2004

Não gosto!

Não gosto! Não gosto da maneira como os portugueses estão a viver o Euro. Não gosto que se seja patriota só por causa do futebol. Os "manda-chuva" estão todos contentes porque nunca antes se assistiu a uma tão flagrante mostra de patriotismo, com as bandeiras nos carros e nos prédios, etc.. Será que o português médio só tem orgulho de ser português durante 90 minutos? Ou nem isso, porque durante o jogo com a Grécia nem 90 minutos durou o patriotismo.

Há dias, no autocarro ouvi duas senhoras que se queixavam que o mesmo era velho e que era mais um que tinha sido "importado da Alemanha", que "como já não servia para eles, que os mandavam para cá". Provavelmente é verdade.
Era um autocarro sem ar condicionado, não especialmente velho, e sem cortinas. Nesse dia o céu era uma imensa tela azul e os termómetros deviam andar pelos trinta e poucos graus. Para quem ía do lado do Sol, a viagem era penosa. Eu ía do lado da sombra e estava cheio de calor!
É claro que o autocarro pode ser muito velho e muito podre e muito tudo o mais que a senhora quiser mas... Se esse autocarro está cá é porque alguém o comprou. E porque compraria alguém um autocarro sem ar condicionado e sem cortinas para um país como o nosso (que não tem propriamente o clima da Germania)? Provavelmente porque era mais barato do que um autocarro novo.
Curioso é que acho que, se a dita senhora estivesse encarregue de comprar autocarros para a Rodoviária de Lisboa, ela compraria o mesmo autocarro sem ar condicionado e sem cortinas. Caramba! Se calhar até se fosse eu (mas acho que não) comprava esse mesmo autocarro. O português, quando e onde puder, compra do mais barato, a não ser que seja rico (e estúpido) e aí faz gala em comprar do mais caro para impressionar os outros. Não tem consideração pelos seus semelhantes (ou não tão semelhantes). Não se importa se os passageiros viajarão com conforto quando compra o autocarro, e se puder tirar o ar condicionado para pôr mais uma fila de bancos que dá para mais meia dúzia de passageiros então melhor...

Não gosto da cultura de quantidade vigente em Portugal. Interessa sobretudo ter, o mais possível. Não importa muito como se tem, o que se teve de fazer para se ter (muitas vezes até são motivo de gabarolagem os atropelos às regras que se cometem), as consequências de se ter nem a qualidade do que se tem. Desde que se tenha...
Faz-me impressão ver aquelas famílias que, apesar de as haver em todos os clubes, associo sempre ao Benfica (e talvez por aqui se veja que o Benfica é o maior clube português):
O Pai - meia idade, bigode (esta coisa do bigode já foi mais popular), não é gordo, é pançudo, tem o telemóvel à cintura (portanto parcialmente escondido pela pança), curte o hino do Benfica, Quim Barreiros e Shakira (!)
A Mãe - da idade do pai, cabelo (mal) pintado de louro, roupas de adolescente (calças justas e tops) com cores berrantes (rosa shock e verde-pirilampo), corpo mal-jeitoso com rastos visíveis dos partos da sua prole, curte Ágata e Shakira
O Puto - dezasseis anos, "morto" (não pode passar uma fêmea ao pé sem que ele a meça) mas sem classe (porque nós também fazemos isto mas temos classe), camisola (do Benfica), cabelo brilhante (gel), curte Linkin Park, Eminem e música africana
A Pita - pouco mais nova do que o irmão mas parece mais velha (pinta-se ou melhor borra-se), veste-se como a mãe mas mostra mais, ainda está em desenvolvimento, curte Brittney Spears, Shakira e música africana
Esta família tem um rendimento mensal baixo, faz uma alimentação completamente irracional (muito McDonald's, muito frango assado, muita pizza, muitos sundaes, ops!, etc.) e é adepta ferrenha da contra-cultura (reality shows, malucos do riso, batanetes, novelas, etc.) os putos vêm MTV, SOL e MCM. Todos têm telemóvel de quase-topo de gama, o pequeno almoço é no café da rua (os adultos tomam café, um bolo e um frito e os juvenis ficam-se pelo bolo empurrado com refrigerante ou garrafa de leite achocolatado), às vezes vão todos ver o Benfica (os homens vão sempre que o jogo é na catedral). Estão a pagar a prestação da casa e a do Citroën Xsara ao banco, mas isso não os impediu de pedirem um crédito para comprar o écran gigante da sala, o sistema de home cinema, etc.. Resumindo, é uma família que vive bem acima das suas possibilidades: uma doença crónica que afecta boa parte dos portugueses desde que obter dinheiro se tornou tão fácil.
Não gosto da vida acima das possibilidades! Isto não tem nada a ver com as pessoas almejarem atingir melhor qualidade de vida. Sou a favor disso! Mas não gosto quando se assumem compromissos que dificilmente serão cumpridos.
Reparo agora que esta é a típica família Batanete! Sim, muitas vezes sou "obrigado" a ouvir esse programa. A minha família partilha alguns aspectos com a família que detesto. Aposto que as vossas também... Esta podia ser a família da novela. Mas acho que vocês arranjam qualquer coisa mais divertida... Espero por isso!

É um blog de estreia mais sem sal que os anteriores. Tem menos paixão. Gostei muito de escrever o da maratona. Foi "ZAU!", de rajada.

Vou almoçar que já estão à minha espera. Até amanhã, Malta!
Que o Senhor esteja convosco!

terça-feira, junho 15, 2004

stay tuning

é vulgar ter os as manhãs e tardes de fim-de-semana ocupados. é vulgar a minha tia ter de trabalhar aos fins-de-semana e a minha mãe ter de ir tratar da minha avó que é vegetal há mai de dois anos (resultado da acumulação de doenças e problemas, entre os quais parkinson e alzheimer). na inércia desses dias, pouco consigo fazer mais do que dormitar no sofá ou ver televisão. a minha tia tem um pequeno televisor a cores, que está ligao à antena do prédio. mais ninguém naquele pre´dio tem os televisores ligados à antena do prédio, optando por parabólica ou cabo, de modo que sempre que a antena se fode mais um bocadinho, não há nada a fazer. consigo ver a sic e a tvi mais ou menos, dependendo dos dias e do clima. o canal 2 vê-se quase sempre bem. o canal 1 quase não se vê.
acontece que, nestes momentos de inércia vejo muita oprcaria na televisão. sou talvez o único de vocês que tem uma boa noção dos programas infantis que dão nas manhãs de fim-de-semana, na sua maioria muito maus. eu vejo a turma da paula no fun totil e já vi todas as boas acções do eddie macdowell, o cão falante. também costumo ver os desenhos animados do jackie chan, que não são tão maus quanto a ideia faz parecer...
mas ontem vi um filme que me arrependi. era um filme recente e de acção e pensei que era uma boa forma de passar umas horas daquela tarde. o filme chama-se "the fast and furious", o seu actor principal um careca musculado chamado vin diesel.
epá. que merda... que merda tão grande.. mas que grande balde de merda... parece ser o típico filme de polícia disfarçado numa comunidade fechada de orientação extrema (o keanu reeves já o fez entre surfistas, o martin sheen entre motards), mas muito pior... muito muito pior... o filme não passa de uma longa sequência de imagens de carros quitados a correr, a travar, a correr mais um bocado, a crescer, de vez em quando uma gaja boa, deopis mais carros, deopis os músculos de vin diesel, depios mais carros a travar e a chiar... epá... que merda... que merda tão grande...
em tantos anos que passei tardes (e férias) na casa da minha tia a ver aqueles dois canais, nunca vi um filme tão mau...

domingo, junho 13, 2004

Cortes de Junho - IMPORTANTE!

Caros amigos!
Estão definidas as Cortes de Junho em honra de El-Rei D. Vasco de Trindade e sua esposa a Rainha. Para uma mudança de ares, estas cortes vão ter lugar perto dos palácios de Verão de Nossas Majestades, nas arredondezas da bela localidade de Colares, na noite do sexta-feira dia 18 de Junho. As Cortes incluirão, além do jantar, um serão de convívio a ser definido pela vontade dos intervenientes. Para quem estiver preocupado com níveis de alcoolémia, será fornecido um tecto na cabana da minha fada, Jwannah. Ponto de encontro será essa mesma cabana, no Mucifal (quem não conhece combine com quem conhece, nomeadamente, comigo), às... hmmm... oito e meia?
Aguardo confirmações (é importante para reservar)!
Divicticius, o derwidd da Corte.

terça-feira, junho 08, 2004

Xutos condecorados pelo presidente

é verdade... se isto fosse inglaterra os xutos seriam cavaleiros, como o são os beatles e o cliff richard... a televisão dizia que os xutos eram como o vinho do porto, que melhoram com a idade... foram também condecorados o raúl solnado e o carlos fino...

eu não gosto de vinho do porto...

segunda-feira, junho 07, 2004

não bastava o telemóvel??

isto dos blogs tem muito que se lhe diga, primeiro é descobrir, depois ler, depois registar, depois tornar a encontrar... depois... mandar um mail ao vasco que assim vai mais depressa! e pronto, ja ca estou.
isto assim á bom pá... posso chatear-vos a cabeça quase tanto quanto chateava ao vivo, mas com mute!
o dia não me correu especialmente bem... mais um fim de semana na foz do arelho (onde vos espero todos os fins de semana, com peixe incluido para os esquisitos...)acordamos, e vai uma caminhada com o lamy e o meco, para quem nao sabe, o lamy é o lamy e o meco é o meu cão, a caminho da zona dos cafés (afinal de contas é de manhã e um pessoa precisa de comer). num percurso que tem nesta altura do ano mais movimento que e normal descemos. "um pastel de nata, um café, um abatanado e um copo de água se faz favor. quanto é? aqui tem. obrigada" e sento-me a degustar tão leves iguarias. só deu tempo para dar uma dentada no pastel e ouço lá fora uma valente travagem com direito a pneu agarrado ao alcatrão e porra, não foi merda que pronunciei. levanto-me num ápice, poderei mesmo dizer mais rápida que uma bala duma qualquer arma sofisticada, cujo modelo, calibre, cor, etc não interessam para o caso, e eis que entra no café o meco a ganir e cocho duma pata. "filhosdaputadoscabrõesquetrazemparaaquiamerdadocarro" (desculpa lá félix mas isto tem que ir assim)"pronto meco, deixa ver, calma, calma, vamos para a rua", "ronhónhó, patati, tralalá, e 3 horas depois o veterinário deu-lhe uma injecção e mandou-me por-lhe gelo. está tudo bem até mais ver, mas valeu o susto.

quarta-feira, junho 02, 2004

Já que temos listas, fica a minha...

Já tina mandado isto há algum tempo, mas, aparentemente, quase ninguém recebeu...

Conheço o César desde o meu 10º ano. Costumávamos saltitar como fadas a caminho de casa... Um dia, há muitos anos, provavelmente numa sessão de "vegetanço" a ver o weather channel, contei-lhe que estava apaixonado e ele respondeu-me qualquer ciosa como "vê lá se não te atiras de cabeça desta vez..." Essa resposta teve a sua razão de ser... Era eu um "pinga-amor" como o Miguel uma vez me chamou? A lista poderá resopnder por mim...

Márcia - era um ano mais velho que eu. conheci-a no magoito, quando ainda lá acampava e descobri que andava na minha escola em mira-sintra. a minha primeira paixoneta, se ignorarmos aquela rapariga mais velha que me fazia impressão ao estômago quando eu andava na natação. escrevi-lhe uma carta de amor. rasgou-me a carta à frente e deu-me um estalo. durante uns tempos sabia que gozava com as amigas sobre mim. um dia nunca mais a vi.

Mariana - andava devagarinho. muitos anos mais tarde tornou-se namorada de um amigo meu até hoje, acho eu.

Ana (?) - amiga da Márcia. não sei (nem sabia) nada sobre ela.

Mara - era pequenina e magrinha. era um bocado feia, agora que penso nisso. não me lembro de nada sobre ela, excepto que, durante uns tempos, fazia trocadilhos com o nome dela.

Marta - a Marta era gira. pelo menos tanto quanto é possível no sétimo ano. era simpática. jogava ao corredor da morte com os rapazes e não se importava (muito) que a apalpassem. tinha fantasias adolescentes com ela e com a melhor amiga dela, cujo nome não me lembro mas que tinha a alcunha de "brasileira" (não era).

(Ana?) Paula - não me lembro de nada dela... acho que não era da minha turma mas nem disso tenho a certeza. era amiga de um gajo mais velho que me deu um pontapé nos tomates depois de, no único rasgo de violência que eu tive na minha adolescência, eu ter dado uns tabefes a um puto estúpido chamado rui jorge de quem esse gajo era amigo. nunca mais soube dela, nem desse gajo, nem do rui jorge.

Luísa Mafalda - a primeira paixão a sério. conheci-a em albufeira quando ainda ía a casa dos meus avós, sobrinha do marido de uma tia minha. vestía-se toda de preto e tinha a pele muito branca. gostava de sepultura e paradise lost. anos depois, ainda viria a fazer uma música sobre ela com a banda que tive com o andré e o nuno. encontrei-a mais tarde, na faculdade, onde se tornou minha madrinha de biologia. não correspondia ao que tinha idealizado e esqueci-a facilmente, apesar de ser simpática. a última vez que a vi foi quando foi à islândia. mandou-me uma fotografia linda da aurora boreal que tirou.

Rita (Puta) - talvez não devesse estar incluída. a Rita Puta foi mais uma luxúria que uma paixão. ainda hoje me é difícil perceber o que aconteceu, e se ela gostava realmente de mim e era simplesmente avariada dos cornos ou se me estava a usar conscientemente. hoje costumo pensar que era um pouco de ambos, com uma boa dose de avaria dos cornos. um dia preferi jogar roleplay em vez de ir ter com ela, e nunca mais a vi. dizem-me que está gorda que nem um abade e perdeu o encanto. o césar acha que ela só poderia seduzir rapazes adolescentes.

Sara - ahhh, a Sara. por causa dela senti-me TIO pela primeira vez. um dia declarei-me com o bafo a álcool e ela não me levou muito a sério. disse "a gente depois conversa...". nunca conversámos. escrevi-lhe um pequeno caderno cheio de poemas, na maioria originais e dei-lho pelo anivesário. ela recebeu-o de lágrimas nos olhos. a última vez que a vi, deu-me uma aguarela com dois lobos e uma carta onde dizia que eu era uma "pessoa muito especial..." tive saudades dela durante algum tempo. soube que estava em engenharia civil e que era alérguica ao cimento. nunca mais a vi.

Cláudia - era gira. pena que quase só tinha coragem de falar com ela quando estava bêbado. considerava-me "querido", outra palavra para TIO. foi a minha última paixoneta de secundário. apesar disso, foi inconsequente.

Mafalda - após um hiato de um ano, em que as paixonetas eram quase semanais, apaixonei-me por um nome. apesar de, agora que penso pela primeira vez nisso, ser uma versão mais sem sal da Sara, foi o nome que me chamou a atenção pela primeira vez. tornei-me suficientemente cedo um TIO nesta situação. pior, tornei-me o melhor amigo dela, sendo forçado a ouvir as suas preocupações e alegrias, incluindo as suas paixões por gajos que eu sabia serem bocados de merda. escrevia-lhe diariamente e telefonava-lhe quase com a mesma frequência. um dia percebi que, tal como a outra de mesmo nome, esta não passava de uma ideia na minha cabeça, que eu me recusava a largar. um dia o micro-exorcismo funcionou e passadas semanas apercebi-me que não queria saber. o sentimento mantem-se até hoje e, apesar de ainda me dar com ela, nunca mais se sentiu bem ao pé de mim.

Vânia - nos dois ou três meses que pensei estar apaixonado pela Vânia, senti-me mais TIO que nunca, embora não por culpa dela. já era amigo dela antes e como alguns sabem, uma relação de amizade dificil ou mesmo impossívelmente se transforma numa boa relação amorosa. quando o sentimento de vazio começou a desaparecer, foi com ele a suposta paixão.

um dia levei o carro para a faculdade e dei boleia à raquel até à portela de sintra. por causa de um mal-entendido qualquer demos por nós a falar de amores. lembro-me claramente de lhe dizer que, pela primeria vez em muito tempo, em muitos anos, me sentia bem, sem andar à procura. e que apesar de andarem à minha procura, não me sentia nada pressionado a meter-me em situações complicadas. sentia-me sózinho, mas era bom. e foi este sentimento e particularmente esta conversa que me deram alento para perseguir, algum tempo mais tarde, um sentimento que se infiltrou sorrateiramente por uma rapariga cinco anos mais nova que eu.

e isso leva-me ao Último nome da lista:

Joana - bem, mudou tudo...



não ser tio é apenas uma questão de não ser tio...